domingo, 5 de agosto de 2012

Diário de Viagem: Munique - Capítulo 4

19.05

Hoje, dia da grande final, fui a Dachau (lê-se "darrau"), um mega campo de concentração do período nazista alemão.


"O trabalho liberta"

Pelos registros históricos foi o primeiro a ser construído para tais fins e um dos últimos a serem desativados.

A proximidade de Munique facilita as coisa, já que é só pegar o transporte público (S-Bahn 2) e ir até a cidadezinha vizinha visitar o memorial que eles fizeram no local.

Em Dachau, para ir da estação de trem até o campo basta pegar um ônibus que faz esta linha (custa €1,20) no terminal que existe em frente à estação mesmo.


As imagens são chocantes, ainda mais se você lembrar que pessoas "moraram" ali por vários anos e nas piores condições de vida possíveis...


No meio da visita conheci o Sr. Leslie Schwartz, um húngaro simpático, que adora conversar com as pessoas. Um especialista no assunto e que vem a Munique falar com estudantes todos os anos, já que mora atualmente em Nova Iorque.

A ligação dele com Dachau? Em 1944, aos 14 anos, foi preso após levar um tiro na nuca (cuja bala saiu na bochecha direita)!



Apesar de alguma relutância dos oficiais (ficou dois dias sem nenhum cuidado médico), foi tratado e viveu no campo como prisioneiro por cerca de um ano.



É autor do livro abaixo, cuja capa mostra uma foto sua da época.


A data escolhida para vir a Munique todos os anos? O aniversário da liberação, ocorrida em 1945. Não podia ser diferente...


[Dica: se em Amsterdam a pedida era a batata frita, aqui é a kartoffelsalat (salada de batata). Simplesmente espetacular!]


Depois de almoçar em Dachau, voltei a Munique para visitar o BMW Welt (Mundo BMW).






São três prédios principais: os escritórios, o museu e um centro de convenções.

O museu é interessante, mostra toda a história através da exposição de carros e motos da marca (ingressos a €9).

Agora, se você não faz questão da história, mas quer contar pros filhos e netos que já visitou a BMW, o prédio de convenções é um barato.






Literalmente porque a entrada é franca e ali podem-se ver os últimos modelos (com direito a entrar nos carros e tudo! Só não pode dirigir...).

Ainda ali é possível dar uma passadinha na loja para poder comprovar que tudo isso que você contar não é lorota.

[Dica: ali ao lado do BMW Welt fica o Olympiapark, complexo construído para os jogos olímpicos de 1972, sediada por Munique. Vale dar uma passada por lá!]





































Ao voltar do Olympiapark - lotado de torcedores do Bayern - fui ao hotel, tomei um banho e desci ao 35 milli(m)eter para ver a final da Champions League.

O lugar estava lotado e, se mesa era artigo de luxo - todas ocupadas por reservas feitas horas ou até dias antes -, os bancos no bar então nem existiam mais.

Assisti ao jogo em pé mesmo, apoiado no balcão do bar e procurando a melhor visão dentre os aparelhos de TV colocados nas paredes do lugar.






A festa que os alemães faziam durante o jogo é muito animada, com cantos de incentivo, gritos, "uh"s e "ah"s. A impressão é que, se entendesse o idioma, estaria me sentindo no Brasil vendo um jogo nosso.

A cada ataque do Bayern a torcida se levantava na expectativa do gol, a cada defesa (foram poucas, é verdade) gritos pelo nome do goleiro (Neuer, leia "Nóiæ").

Explosão total na hora do gol de Müller, aos 38 do segundo tempo, o que daria o título aos bávaros em sua casa.


Pena que o grito de campeão foi adiado pelo gol azul (Drogba) cinco minutos depois. Teríamos uma prorrogação pela frente, mais 30 minutos de futebol e minhas pernas e pés pedindo arrego depois de tanta caminhada (o trajeto entre o Olympiapark e a Karlsplatz é longo!), mas a adrenalina me mantinha em pé e torcendo pelos Rot-Weiss.


Fim da prorrogação, sem mais gols (ah se o Robben tivesse marcado de pênalti na prorrogação...), sem campeão definido, o jeito é disputa de pênaltis!

O Bayern começou melhor, com uma defesa de Neuer e seus três primeiros batedores marcando: 3 x 2. Mas aí começou o martírio... Dois erros e o gol de Drogba (mais um dele) deram o título inédito ao Chelsea.

Silêncio total no bar e nas ruas! O impossível acontecia!

O time da casa, melhor futebol, pressão durante todo o jogo, várias chances de vencer nos 90 ou nos 120 minutos caía ali, bem em frente a seus torcedores...

Assim como o Brasil que não ganhou a Copa de 1950 em casa (e periga não ganhar a de 2014 também), ou a Itália em 1990, ou a própria Alemanha em 2006!

O jeito era ir dormir, mas não sem antes ver o debate pós jogo na TV alemã...

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