sábado, 24 de setembro de 2011

Diário de Viagem: Roma - Capítulo 1

01.09


Quem disse que dica de guia de viagem é tudo furada?


Acabo de entrar no Est! Est!! Est!!!, pizzaria romana antiquíssima (reza a lenda que foi inaugurada em 1.900!) e de ambiente muito agradável.


Fica num fim de rua (Via Genova, 32) e o letreiro do lado de fora, apesar de meio cafona, é inconfundível e dá a dica pro lugar.


Bem embaixo do letreiro cheio de luzes piscantes em vermelho, azul e verde tem uma varandinha com algumas mesas que volteiam a porta principal.






Do lado de dentro um salãozinho pequeno, onde devem caber umas 30 pessoas e um bar ao fundo de onde saem chopes e mais chopes de uma das mais conhecidas cervejas italianas, a Nastro Azzurro.






Um grupo de moças se dividem para recepcionar os clientes que, depois de sentados, são entregues à cordialidade e agilidade dos garçons.


O trabalho é tão dividido que nem o cara que te traz o chope pode anotar seu pedido...


Escolhi uma pizza (já que o guia dizia que o lugar é famoso pelas pizzas) Capricciosa, que está deliciosa!


Por enquanto a única mancada do guia foi dizer que é preciso reserva. 


(Detalhe: escrevi isso antes mesmo da pizza chegar e nem assim teve erro).


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A primeira impressão de Roma não poderia deixar de lado a comparação com Milão. Não que eu queira comparar as duas cidades, mas tem coisas que são inevitáveis.


À primeira vista Roma é mais caótica, desorganizada mesmo, meio suja e até o povo é mais misturado, i.e., tem muita gente de muito lugar do mundo aqui.


Incrível como vi chinês, africanos, e até  - pasmem - italianos andado pelas ruas.


Tá certo que aparentemente peguei um sentido que dava num bairro chinês, mas não achei que a exceção seriam os italianos.


Corrigida a rota, já que meu objetivo hoje era chegar à famosa Fontana di Trevi, andei por caminhos mais agradáveis, passando pela estação Termini (a mesma onde cheguei de trem hoje no horário do almoço), Piazza della Repubblica e, depois, no Palácio Quirinale.






Depois de andar bastante e as pernas já estarem pedindo arrego, no final de uma ruelazinha "qualquer" fica uma pracinha com uma fonte gigantesca, reluzente, branca, tão branca que parece que é polida todo dia,  a Fontana di Trevi!






Confesso que não esperava muito, achava que a fonte era pequena, mas o aglomerado de gente tinha fundamento.






A fonte é muito bonita e fica encravada num lugar comum (que me desculpe a vizinhança, mas a fonte poderia estar em - quase - qualquer lugar da cidade que estaria bem localizada).






Fui até a fonte e, como tradição é tradição, joguei minha moedinha por cima do ombro pra garantir minha volta a Roma.


Alguns minutos de adoração, uma e outra foto aqui e acolá e de volta pro hotel, pro merecido banho antes de vir comer a pizza do Est! Est!! Est!!! (www.anticapizzeriaricci.com).


Agora é me preparar pra visitar uma das maiores obras da história, e que eu tive a oportunidade de reproduzir numa feira de ciências na época de escola lá na Grande Mirandópolis: a Capella Sistina!

domingo, 18 de setembro de 2011

Diários de Viagem: Milão - Capítulo 5



Parece que a história em Milão não acaba...

Hoje, assim que levantei e abri a janela, o sol não entrou no meu quarto.

Estranho! Todo dia a luminosidade de manhã até me incomodava os olhos!

Será que é porque levantei mais cedo hoje por causa da viagem pra Roma?!

Acendi a luz, esfreguei os olhos e ouço um estrondo!

Ataque terrorista em Milão? Não pode ser!!!

E não era.

Como se estivesse no Brasil em pleno verão, uma chuva torrencial lavava a alma milanesa com tanta vontade que já pensava que iria ter problema pra chegar na estação de metrô que me levaria à Estação Central para pegar o trem para Roma.


Sem muito desespero, tomei meu banho, botei uma roupa e desci para o café.

Lá embaixo percebi que a chuva tinha diminuído e que tinha sido bom não ter sobrado espaço pro casaco na mala.

Na verdade, quando saí do hotel o tempo começava a abrir.

Até melhor, porque hoje é oficialmente o primeiro dia de trabalho dos milaneses depois das férias de verão.

Na estação de metrô (Missori) fui testar o elevador que fica atrás da escada que leva ao pátio principal.

Toquei o botão e fiquei esperando, meio incrédulo, quando de repente a porta de abre com uma voz dizendo 'Piano Zero - Uscita'.

Chegado na máquina onde de compra o bilhete fiquei feliz por não ter uma moeda de €1 e por ter sido "obrigado" pelo destino a separar uma de €2 para facilitar as coisas na estação.

Explico: como hoje terminaram as férias, o metrô volta a rodar em "bandeira 2", se é que posso usar a analogia.

Em vez do €1 habitual fui surpreendido com uma tarifa de €1,50.

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Agora, já na estação em Milão, esperando a confirmação da plataforma pra embarcar no trem pra Roma.


Plataforma confirmada, trem só nos esperando e tenho que andar muito, já que meu vagão é o último, nº 11!


Ciao Milano! Andiamo a Roma!

Diários de Viagem: Milão - Capítulo 4



Uma das melhores sensações quando se está no exterior é ser confundido com os locais. 

Ainda ontem isso me aconteceu duas vezes.

Na primeira, quando voltava pro hotel pra tomar um banho antes de sair pra jantar, uma senhora pára de carro na esquina de uma das milhares de ruelas de Milão para me perguntar onde ficava o Corso Italia.

Infelizmente não consegui ajudá-la, porque estava tão cansado em tentar achar meus próprios caminhos durante o dia todo.

Depois do banho, saí para a caminhada noturna em busca do lugar pra jantar. Já meio perdido também, um casal me pára pedindo informações sobre como chegar a uma determinada rua que nem me lembro mais qual é. Por sorte, como estava menos cansado e eles estavam a pé e - aparentemente - com tempo, pude pegar o mapa e ajudá-los a encontrar o caminho.

Agora cedo (31.08), ao chegar ao Castello Sforzesco e tirar algumas fotos logo na entrada, sou parado por duas italianas muito bonitas que me pedem p/ tirar uma foto delas na fonte em frente à entrada do castelo. Ambas falam comigo em italiano, mas como fazem o gesto universal de estender a mão e me entregar a máquina fotográfica, entendi na hora que elas queriam uma foto.

Como achei que o sol podia ter prejudicado a foto, falei pra elas - em inglês - que a foto tinha ficado escura. Aí uma delas me olhou com cara de espanto e perguntou se eu não falava italiano...


Por outro lado, ontem também fui confundido com um americano. Depois de visitar a Pinacoteca Ambrosiana acabei entrando em um lugar que não era uma rua ou uma passagem, mas sim a entrada de um prédio.

Neste momento o porteiro me chama e pergunta se eu precisava de alguma coisa. Falei que não, mas ele puxou assunto, perguntou de onde eu era, o que fazia na Itália, e no final - acho que ele me cantou - disse que eu tinha belos olhos... Com esse monte de italiano de olho azul aqui, ele me manda uma destas... Estranho, mas vida que segue!


Resolvi vir até o Corso Garibaldi, que fica próximo ao Castello Sforzesco, porque li no guia que aqui tem muitos restaurantes e o lugar é imperdível.

Não me arrependi! É como encontrar uma rua tranquila bem perto do movimento de turistas do castelo e da Via Dante (rua que liga o castelo à praça do Duomo).

Encontrei um restaurante que ao melhor estilo francês serve um 'formule' com dois pratos, uma garrafa d'água e um café por €12! Um achado.

A propósito das minha andanças por Milão, tenho que dizer que se "perder" aqui é muito fácil. 

As ruazinhas são todas parecidas e quando você acha que tá indo pra um lugar, de repente passa por aquele outro que visitou no dia anterior e que fica do outro lado da cidade...

E não adianta (muito) ter um mapa à mão, porque nem sempre você vai usá-lo, ou não vai encontrar a rua que quer ali ou ainda porque o bom mesmo de visitar um lugar é andar pela cidade meio sem rumo mesmo.

Bom, vamos ver o que acontece em Roma a partir de amanhã.

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Acabo de fazer uma amiga aqui em Milão.

Explico: estava eu sentado na Piazza alla Scalla depois de ter voltado da Pinacoteca di Brera e uma moça vem em minha direção perguntando alguma coisa que eu não tenho a menor ideia do que seja.

Na verdade, depois que falei em inglês com ela, ela pediu desculpas e disse que tinha marcado com uma pessoa que teria 'working info' para ela, mas como ela nunca tinha visto essa pessoa e tinha a informação de que era da minha idade, achou que fosse eu.

Ofereci um pedaço do banco a ela e tivemos uma breve conversa até que ela avistou o possível contato dela na outra calçada, se despediu e atravessou a rua.

Fiquei de olho pra ver pra onde ela ia e me levantei pra ir embora também.

Dei uma última olhada pro outro lado e ela me acenou com a mão, acenei de volta e fui feliz com minha mais nova amiga milanesa.


Pra fechar a conta em Milão, fiquei na dúvida entre voltar no restaurante do Paolo ou vir pro terraço da Rinascente comer com vista pro Duomo.

Que Paolo me desculpe, mas viu ter que voltar lá numa outra vez que vier a Milão.

Diários de Viagem: Milão - Capítulo 3



30.08, 16h20.

Sentado nos banquinhos do Ottimo Massimo, um restaurante/café moderno localizado no final da Via Victor Hugo, que fica bem atrás da Piazza dei Mercanti, comendo uma salada de frutas com sorvete de produção própria. Muito saboroso, experimento o de fiori de panna, que para nós seria o de nata.

Lugar tranquilo, onde passam os tram e as vespas pelas duas ruas que formam a esquina.

Pessoal atencioso e calmo, esperam por vários minutos até que eu decida o que quero, sem pressa ou pressão para que resolva logo.

Entrei aqui depois de uma jornada cansativa. Acabo de voltar de dois passeios bem legais.

O primeiro é o Duomo, visitei a parte interna antes do almoço, depois comi uma milanesa (isso os argentinos copiaram dos italianos, com certeza) e um risoto milanês no Zucca, além de experimentar, é lógico, a própria zucca, uma bebida à base de ruibarbo, bem amarga, mas vale a tradição...


Internamente o Duomo é um monstro, muito alto e...escuro! Mas quando você começa a tirar fotos, parece que os vitrais se iluminam feito mágica e as fotos ficam muito boas.


Agora, imagine aquela catedral gigantesca por dentro. Pronto! Então, são exatos 263 degraus a subir (claro que tem a opção do elevador, mas metade da graça se perde aí) para alcançar o teto da "igrejinha"!


Fora a canseira que dá, a vista é bem legal. Se vê a cidade inteira e, dizem as más línguas (eu mesmo não vi), até os Alpes!

Descer é menos cansativo, mas tem o peso de deixar a Madonina e o teto do Duomo pra trás.


O segundo passeio foi a Pinacoteca Ambrosiana, uma coleção de arte com Tiziano, Rafael, Leonardo, etc.


Não são varias peças deles, mas o final é impressionante: há uma biblioteca com o Codex Atlantico, ou seja, simplesmente os manuscritos de Leonardo da Vinci com todos seus estudos sobre máquinas escavadeiras, movimentos do corpo humano, voo das aves, etc.


Vale a visita!

Diários de Viagem: Milão - Capítulo 2



Hoje (29.08) nada de muito novo, apenas consolidando alguns conceitos sobre a cidade.

Imagine que tentei trocar alguns dólares por euros aqui e não encontrava de jeito nenhum uma casa de câmbio...

Quando achei uma, ali perto do Duomo, pra minha surpresa a taxa era (muito) pior que a que consegui no aeroporto! Um absurdo!

Descobri então que os bancos fazem câmbio. Fui até um deles que me indicou fazer no Intesa San Paolo, já que eu não era correntista.

Passei o dia rodando pelas imediações do Duomo, cheguei a passar pelo 'quadrilátero de ouro', um lugar cheio de lojas de marcas e impossível de comprar qualquer coisa.

Mas o mundo das compras não é totalmente perdido na Europa, como já tinha descoberto em Londres e Paris. 

Como nosso dinheiro anda valorizado, nosso salário permite comprar bastante coisa aqui de boa qualidade e com bom preço.

Falando em Paris, tem horas que Milão me lembra um pouco a capital francesa. Os prédios antigos, cheios de detalhes e bem conservados são muito parecidos, e se juntam às semelhanças que já tinha notado com Londres e Buenos Aires, fazendo de Milão uma cidade diferente mas com um ar de "conheço de algum lugar".


Neste exato momento estou me deliciando com um autêntico panino italiano, fantástico! Parma, brie, rúcula e azeite trufado! Tão simples e tão saboroso... É o mesmo lugar onde parei ontem pra lanchar às 23h, depois de mais um daqueles momentos dolce far niente nas escadarias do Duomo (Panino Giusto é o nome do lugar).

Ah, os conceitos que aprofundei hoje, já ia me esquecendo...

A história das vespas, quase que uma lenda italiana, aqui não poderia ser diferente. Em toda parte se vê alguém andando com as motoquinhas pra lá e pra cá. E gente de todo tipo, até de terno e gravata indo trabalhar.

Outro meio de transporte muito usado por aqui é a bicicleta. Tem ciclistas por toda parte, e é possível alugar uma por um período em vários lugares da cidade. Incrível como, de novo, engravatados ou "gente comum" anda de bicicleta por aqui.


E (quase) sempre pela calçada! Mas por sorte eles parecem mais tranquilos e não tentam passar por cima dos pedestres.

Agora, o lugar é seco! Mesmo no verão e com temperaturas acima dos 27/30°, estou com a boca arrebentada pela secura de Milão!

Bom, acho que por hoje é isso. Terminei meu panino, vou acabar meu prosecco e voltar pro hotel.

Hoje que achei que não ia sair nada, até que escrevi bastante. Espero que amanhã a inspiração esteja por aí.

Diários de Viagem: Milão - Capítulo 1



Ontem (27.08), na vinda do aeroporto para o hotel, percebi que a cidade tem muitas semelhanças com Buenos Aires (não quero dar a impressão de que foi Milão que copiou Bs. As.) e um toque sutil de Londres.

No ônibus, conheci um casal de finlandeses, que tava mais perdido que eu. Tiveram dificuldade para entender que era preciso validar o bilhete no ônibus, na verdade nem tinham um e um senhor italiano, vendo a dificuldade deles, se levantou e deu um bilhete para eles. Era um tipo simples, meio bronco até, mas me chamou a atenção o cuidado e a preocupação dele com o casal.

Ainda no ônibus eles me perguntaram se eu sabia onde era o Duomo, ao que respondi que não, mas ia descer ali pois meu hotel deveria ser perto da catedral.

Descemos no último ponto do 73, iniciamos uma conversa meio sem pé nem cabeça, até descobrir que eles tinham morado um tempo no Brasil.

Começamos, então, a vagar pela rua até encontrar um casal de italianos com seus dois filhos que nos deram algumas indicações, apesar de estarmos em hotéis diferentes.

Essa família me indicou perguntar para uns policiais que estavam ali na praça o caminho até meu hotel.

Não pude deixar de notar que o verão pra eles foi muito bem aproveitado, todos bronzeados, gente bonita por toda parte e o astral sempre pra cima.

Chego no hotel, um senhor muito simpático na recepção me ajuda com um check-in rapidíssimo. Tomo um banho e saio pra almoçar.

Comi um nhoque aos quatro queijos num restaurante que me dava vista pro Duomo. Ali começou meu exercício de dolce far niente. Fiquei um tempão entre o almoço, uma taça de gelato e um café, sempre olhando para o comportamento das pessoas, garçons e colegas de refeição.

Entre uma caminhada e outra parei para um gelato de chocolate e pistache. Esse sim é o verdadeiro sorvete de pistache!

À noite, encontrei um restaurante muito simpático chamado 'Papà francesco', onde o showman Paolo demonstrava na prática a teoria de que os italianos são ousados na abordagem às mulheres. Paolo é um manager do lugar, se não for o dono, e mesmo sendo casado e ter dois filhos (ele comenta isso quase que de mesa em mesa), não se furta a lançar galanteios às belle ragazze que aparecem em seu restaurante.
Insiste para os garçons que façam contato com cada pessoa que pára em frente ao cardápio que fica na calçada à porta do estabelecimento.

Em dado momento, vem até mim e pergunta meu nome e de onde sou. Faz o mesmo com dois outros clientes, cada qual sozinho em sua mesa. E finaliza dizendo que somos três sozinhos, mas um grupo!

Descubro aí que a sogra de Paolo é brasileira, de São Paulo, com que ele cria uma identidade comigo e chega a me oferecer um limoncello quando já tinha pago a conta e ia me despedir dele.


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Hoje, depois de visitar a Igreja Sta. Maria delle Grazie e o Cenacolo Vinciano, sento em um café para fazer um lanche.


Peço um brioche alla creme, delicioso por sinal, e um cappuccino con panna.

Sentado em minha mesa, ouço uma senhora que passa em frente ao Café dizendo repetidas vezes "Ma Donna Mia".

Incrível, mas todos no Café, incluindo eu, nos levantamos e olhamos em direção ao ocorrido.

Um tram passou por um carro e lhe arrancou o espelho retrovisor. Olho pra trás e todo mundo no bar vendo a mesma cena que eu...

Uma mulher, que estava de passageira no carro, desce, recolhe os cacos no meio da rua e volta pro carro aos berros com o/a motorista.

Nesta hora, em mais um momento dolce far niente, resolvi escrever esse diário pra retratar alguns fatos que tenho visto aqui em Milão.

Diários de Viagem

O Blog do Fachin estreia um novo endereço, além do anterior. 


Agora os seguidores do blog poderão acessá-lo em dois endereços:


i) http://blog.fachin.zip.net/ ou
ii) http://blogdofachin.blogspot.com/


Por enquanto fica como teste, até para ver qual a preferência do público quanto ao layout e as funcionalidades de cada página.


O conteúdo deve ser o mesmo, até porque o début no novo endereço apresenta os "Diários de Viagem".


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